ORIENTE MÉDIO


Israel contra o Irã, novamente...
Não importa qual administração esteja no poder, o “mundo americano livre” sempre estará pronto para desencadear um conflito com o “Irã tirânico e opressor”. Os Estados Unidos está sempre pronto para criar um novo Iraque ou uma nova Líbia... Afinal, guerras são lucrativas! As provocações americanas foram feitas à luz dos acontecimentos no Iêmen, onde a Resistência continua, ainda que laboriosamente, a infligir duros golpes aos objetivos hegemônicos americanos, criando dificuldades também para Israel. Porque, não nos esqueçamos, as rotas comerciais que passam pelo Golfo de Áden e pelo Mar Vermelho são especialmente úteis para Israel; na verdade, são fundamentais para o sustento interno e para a gestão do tráfego no Mediterrâneo em direção a toda a Europa.
“O Irã não tem intenção de construir armas nucleares a menos que os Estados Unidos nos obriguem a fazê-lo.” Esta é a mensagem transmitida por Teerã a Donald Trump, que nos últimos dias ameaçou bombardear a República Islâmica caso não se chegue a um acordo sobre seu programa nuclear. O enviado especial de Trump para o Oriente Médio, Steve Witkoff, ofereceu-se para visitar Teerã ou se encontrar com autoridades do governo iraniano em um país neutro; o Irã rejeitou a proposta, afirmando que Witkoff é uma “pessoa irrelevante” e que o Irã “não está interessado” em se reunir diretamente com os americanos.
Tenha em mente que o custo total da operação militar dos EUA contra os houthis apoiados pelo Irã no Iêmen se aproxima de US$ 1 bilhão em pouco menos de três semanas, e não houve danos significativos. A resistência iemenita é forte e imparável.
Enquanto isso, Netanyahu está pronto para se reunir com Trump para discutir o que fazer, incluindo o problema das novas tarifas que também afetam produtos israelenses em 17%. Como comentou o ex-agente da CIA Philip Giraldi : "É difícil de acreditar, mas, com base nas primeiras dez semanas no poder, o governo Trump tornou a situação pior para os americanos do que Biden faria, devido às constantes ameaças de ocupar outros países, impor tarifas pesadas sobre produtos importados e punir nações como Rússia e Irã caso não aceitem as condições estabelecidas pelo novo presidente."
"O Irã emitiu alertas ao Iraque, Kuwait, Emirados Árabes Unidos, Catar, Turquia e Bahrein de que qualquer apoio a um ataque dos EUA ao Irã, incluindo o uso de seu espaço aéreo ou território pelos militares dos EUA durante um ataque, seria considerado um ato de hostilidade."
As exigências do Irã para um novo acordo nuclear com os Estados Unidos são basicamente as seguintes:
O acordo deve ser um tratado oficial, ratificado pelo Congresso dos EUA, para que um futuro presidente americano não possa se retirar unilateralmente (como fez Trump).
Antes do início das negociações, os EUA devem remover as sanções ao setor médico iraniano e a outros setores. Após a assinatura do acordo, deve haver uma redução TOTAL das sanções, o que significa que todas as sanções devem ser removidas, não apenas algumas.
Em caso de retirada dos EUA do acordo, o Irã tem o direito de aplicar imediatamente uma cláusula de “snap-back”: instalar centrífugas avançadas, iniciar o enriquecimento rápido de urânio e aumentar os estoques.
O Irã deve ter permissão para se reconectar ao sistema de pagamento SWIFT (controlado pelos Estados Unidos) para poder realizar transações internacionais.
O Irã poderá manter seu programa nuclear, incluindo enriquecimento avançado para “fins de pesquisa”.
Não haverá negociações ou limitações ao programa de mísseis balísticos do Irã ou apoio a grupos regionais.
Os ativos financeiros iranianos congelados no exterior devem ser descongelados.
A questão também precisa ser entendida de um ponto de vista mais doutrinário. Para os EUA, mas de forma mais geral para todas as talassocracias, conquistar e controlar a Rimlândia é a condição indispensável para derrotar as telurocracias, neste caso, todo o continente eurasiano. O Irã representa o centro do Eixo da Resistência, o coração daquele Islã que não faz concessões. Tudo o que limita a possibilidade de dominar os mares e cercar a Heartland deve ser neutralizado. Isso representa uma urgência geopolítica incessante para os EUA.
A efetiva redução do poder americano no mundo está forçando Washington a redefinir suas estratégias de controle na região, utilizando a cooperação discreta de outros atores locais. Não apenas Israel, com sua influência, mas também os países árabes da península, ligados ao tráfico de petróleo bruto com os americanos.
A Marinha dos Estados Unidos tem 295 navios e, de acordo com a USNI, 96 deles estão destacados no Oriente Médio e no Oceano Índico contra o Irã e o Iêmen. 25% da Marinha dos Estados Unidos foi mobilizada e 26 navios foram identificados.
O porta-aviões CVN-70 Carl Vinson concluiu sua passagem pelo Estreito de Malaca e segue conforme planejado em direção à área operacional entre Diego Garcia e as águas voltadas para o Irã. Enquanto isso, o CVN-75 Harry S. Truman, com seu grupo de ataque, mantém suas operações no Mar Vermelho. Para apoiar as operações na área, o contratorpedeiro USS Wayne E. Meyer (DDG-108), da classe Arleigh Burke, foi destacado para o estreito de Diego Garcia, reforçando as capacidades de defesa aérea da ilha.
A questão também precisa ser entendida de um ponto de vista mais doutrinário. Para os EUA, mas de forma mais geral para todas as talassocracias, conquistar e controlar a Rimlândia é a condição indispensável para derrotar as telurocracias, neste caso, todo o continente eurasiano. O Irã representa o centro do Eixo da Resistência, o coração daquele Islã que não faz concessões. Tudo o que limita a possibilidade de dominar os mares e cercar a Heartland deve ser neutralizado. Isso representa uma urgência geopolítica incessante para os EUA.
A efetiva redução do poder americano no mundo está forçando Washington a redefinir suas estratégias de controle na região, utilizando a cooperação discreta de outros atores locais. Não apenas Israel, com sua influência, mas também os países árabes da península, ligados ao tráfico de petróleo bruto com os americanos.
A Marinha dos Estados Unidos tem 295 navios e, de acordo com a USNI, 96 deles estão destacados no Oriente Médio e no Oceano Índico contra o Irã e o Iêmen. 25% da Marinha dos Estados Unidos foi mobilizada e 26 navios foram identificados.
O porta-aviões CVN-70 Carl Vinson concluiu sua passagem pelo Estreito de Malaca e segue conforme planejado em direção à área operacional entre Diego Garcia e as águas voltadas para o Irã. Enquanto isso, o CVN-75 Harry S. Truman, com seu grupo de ataque, mantém suas operações no Mar Vermelho. Para apoiar as operações na área, o contratorpedeiro USS Wayne E. Meyer (DDG-108), da classe Arleigh Burke, foi destacado para o estreito de Diego Garcia, reforçando as capacidades de defesa aérea da ilha.
Uma ação de tamanha magnitude não está associada a tensões simples ou conflitos limitados. Os Estados Unidos e Israel estão se preparando para uma guerra em larga escala, e os primeiros passos e testes desse processo estão ocorrendo durante os atuais ataques no Iêmen.
A estranha maneira americana de iniciar negociações de paz: com armas, ameaças e mísseis apontados. Uma interpretação curiosa da diplomacia, que esperamos que fracasse definitivamente em breve.
Os Estados Unidos estão focados em uma guerra contra os árabes em favor de Israel. Eles estão semeando discórdia, guerra, caos e conflito em todo o mundo árabe para fragmentá-lo e enfraquecê-lo, mirando seus exércitos e estados-nação para impor um novo plano para o Oriente Médio sob controle israelense em nome dos Estados Unidos. O objetivo é estabelecer um "Grande Israel" que se estenda do Eufrates ao Nilo, no Egito.
Os líderes árabes reconhecem essa realidade e estão se preparando para enfrentá-la antes que eles e seus países sejam consumidos? E o Irã estará pronto para reagir a tempo?
A REORGANIZAÇÃO DAS ALIANÇAS NO ORIENTE MÉDIO
08.01.2025 - Rede Global de Comunicação Conhecimento é Poder Escrito por Edson A Souza


As declarações de golpes definitivos e dolorosos do Irã sobre Israel e vice-versa mostraram-se ilusórios. Não assistimos ao cataclismo anunciado, mas, a um reposicionamento dos principais atores. Os homens e as mulheres que, devotados à independência do seu país, tudo sacrificaram em Gaza, no Líbano e no Iêmen devem reorganizar-se sem o apoio dos seus antigos padrinhos.
Nem Teerã ou Tel-aviv procuraram destruir os objetivos estratégicos do adversário. Tudo não passa de dialéticas para encobrir os planos reais... Sim, Israel sofrerá um ataque devastador no futuro próximo, assim como o Rei do Sul... Mas, ainda existem peças no tabuleiro a ser movidas em direção ao plano que não irá concretizar-se na Grande Israel. Há profundos laços de uma parte da classe dirigente iraniana e dos « sionistas revisionistas ». Estes grupos são muito minoritários, muito embora os primeiros tenham acedido várias vezes à presidência da Republica islâmica e os segundos estejam hoje em dia no Poder à cabeça do Estado hebreu. Mesmo que isso seja difícil de admitir, nenhuma destas duas nações é o que as pessoas acreditam e chamam de “uma democracia” e os seus dirigentes podem fazer discursos muito distantes da realidade sem ser derrubados pelo povo (embora os Iranianos tenham derrubado o Xá, há 45 anos). No entanto, os dois exércitos, embora estivessem proibidos de atingir significativamente o seu adversário, não se contentaram em lançar fogos de artifício.
Intervindo na televisão, em 18 de Outubro, Benjamin Netanyahu, Primeiro-Ministro israelita, declarou : « O Eixo do Terror que foi construído pelo Irã afunda-se diante dos nossos olhos. Nasrallah está morto. O seu adjunto Mohsen está morto. Haniyeh está morto. Deif está morto. Sinwar está morto. O reino de terror que o regime iraniano impôs ao seu próprio povo e aos povos do Iraque, da Síria, do Líbano e do Iêmen acabará igualmente. Todos os que buscam um futuro de prosperidade e de paz no Médio Oriente deveriam unir-se para construir um futuro melhor. Juntos, podemos afastar as forças da obscuridade e criar um futuro de luz e de esperança para todos nós ». Em nenhum momento, ele cita os verdadeiros criadores do terror no Oriente Médio, O Rei do Sul (a potência mundial anglo-americana USA / seus aliados OTAN, EU e outros). Desde há um ano, assistimos a orgulhosas declarações e ameaças das autoridades israelitas e iranianas. Cada um, como um galo apoiado nos esporões, garante-nos que suas respostas serão definitivas e dolorosas. Ora, os dois ataques iranianos (Operação «promessa verdadeira» de 13 de Abril e de 1 de Outubro) e os dois ataques israelitas (19 de Abril e 26 de Outubro) não cumpriram os seus anúncios.
Aproveitaram os seus disparos de mísseis, terra-terra pelo Irão e terra-ar por Israel, para testar os sistemas de defesa anti-aérea e para tentar destruir as suas capacidades ofensivas (o Irã atacando a base aérea dos F-35 e Israel atacando as fábricas |usinas| de fabricação de combustível sólido dos mísseis hipersônicos). « Os Estados Unidos e os sionistas receberão uma resposta esmagadora pelo que fazem contra o Irã e a Resistência », declarou o aiatolá Ali Khamenei, guia supremo da Revolução iraniana, em 2 de Novembro de 2024.
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