MULTILATERAL

A guerra dos multimilionários

A Primeira Guerra comercial mundial não coloca apenas os Estados Unidos contra o resto do mundo. É também uma luta no seio do capitalismo norte-americano : se alguns super-milionários ganham com ela, outros perdem. Assim, não se deve tirar conclusões muito depressa sobre os meandros deste conflito.

23.04.2025 - Rede Global de Comunicação Conhecimento é Poder - Por Edson A Souza

Na lista de multimilionários do mundo, redigida pela revista Forbes, há este ano um pouco mais de 3. 000 pessoas com um patrimônio total de 16 bilhões de dólares, 2 bilhões a mais do que no ano passado, um valor total que ultrapassa o PIB individual de todos os países do mundo, à excepção dos Estados Unidos e da China. Nesta base a Forbes publica duas listas específicas : a de 15 multimilionários, entre os quais 13 americanos, com um patrimônio de mais de 100 milhões de dólares; e a dos 10 multimilionários da Administração Trump.

À cabeça encontra-se Elon Musk, Chefe do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE-ndT), que é assim apresentado pela Forbes : « O homem mais rico do mundo, que gastou quase 300 milhões de dólares na campanha eleitoral de Trump, apoiou anteriormente os Democratas, entre os quais Hilary Clinton. Desde o ano passado, a sua já enorme fortuna aumentou 75%, quer dizer, 147 mil milhões de dólares. A Tesla, produtora de carros eléctricos — que registou um salto de 90% entre as eleições e dezembro antes de afundar – está a crescer 50% em relação à lista do ano passado.

Agora o principal ativo de Musk é a SpaceX, a empresa de foguetes e satélites da qual ele possui 42% : ela tem um valor de 350 milhões de dólares, quase o dobro em relação ao ano passado. No segundo lugar está Tilman Fertitta (de origem italiana), nomeado embaixador em Itália, proprietário dos Rockets (uma das 30 equipes do campeonato de basquete americana (NBA)), de centenas de restaurantes, de oito casinos Golden Nuggets e de 10% dos Wynn Resorts (proprietários de importantes hotéis—casinos).

No terceiro lugar encontra-se o Presidente Donald Trump, o multimilionário chefe que no ano passado duplicou o seu patrimônio, passando de 2,3 para 5,1  milhões de dólares, graças à rede social Truth Social, pertencente a uma das suas sociedades por ações que está a atrair investidores, e ao valor acrescido das criptomoedas alimentado pelo seu retorno político ». Seguem-se outros multimilionários da Administração Trump, incluindo Stephen Feinberg, Vice-secretário do Pentágono ; Howard Lutnick, Secretário do Comércio ; Linda McMahon, Secretária da Educação; Jared Isaacman, Administrador da NASA ;

Além disso, o Presidente Trump convocou para a Casa Branca os líderes das principais empresas de criptomoedas anunciando que os Estados Unidos serão «a superpotência dos Bitcoins» : para este fim deu ordem para instituir uma «reserva estratégica de Bitcoins», a criptomoeda mais importante.

Ao mesmo tempo fez um acordo com a BlackRock, o maior fundo de investimentos com capital de 10 mil milhões de dólares: a BlackRock pagará 23 milhões de dólares para comprar mais de 40 portos no mundo inteiro, entre os quais os das extremidades do Canal Panamá pertencentes ao bilionário chinês de Hong Kong, Victor Li Tzar-kuoi. Trump abre assim, além da «guerra das tarifas (aduaneiras)», a «guerra dos portos» contra a China.

Antes de mais, o fato de a «guerra de tarifas» lançada por Trump atingir também grandes grupos econômicos norte-americanos : entre estes, a Apple, a qual utiliza componentes provenientes do mundo inteiro, montados principalmente na China.

Está assim em curso um confronto nos próprios Estados Unidos entre grandes grupos econômicos e de poder.

A nível internacional, com a «guerra das tarifas», a Administração Trump visa reforçar o seu predomínio no Ocidente e concentrar o ataque de potências ocidentais, além de contra a Rússia, contra a China que aos olhos de Washington deve ser ainda mais temida pelos interesses hegemônicos norte-americanos.

Com as tarifas dos EUA sobre as importações da China aumentados em 54%, o custo de produção de um iPhone 16 Pro sobe de $ 550 para $847 dólares.

«A Apple utiliza componentes provenientes do mundo inteiro, montados principalmente na China, onde a produção eletrônica foi aperfeiçoada ao longo de uma geração. Deslocar apenas o processo de montagem para os Estados Unidos não é econômico, nem fácil. Por causa disso, a Apple viu cair o valor das suas ações cerca de 25% em três dias e perdeu o seu estatuto de empresa líder mundial em termos de rendimento».

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Criando pontos de estrangulamento que promovam a luta de classes

18.02.2025 - Rede Global de Comunicação Conhecimento é Poder - Escrito por Edson A Souza

Não, as tarifas não são parte de um esforço para repatriar a manufatura, admitindo que algumas migalhas foram jogadas nessa direção. Não, elas têm algo a ver com proteger empregos americanos ou mesmo parar a globalização que já desacelerou. Elas são sobre avançar uma novo tipo de globalização em que tudo é controlado pelos super-ricos e a parte comercial da globalização deixa de ser importante. Lembre-se de que grandes empresas multinacionais têm seus próprios navios e portos e se beneficiariam caso o comércio global fosse fechado para todos, exceto para elas. Os super-ricos têm muito a ganhar destruindo a economia global por meio de tarifas e, assim, reduzindo a vasta maioria da humanidade à quase fome.

A pressão aparentemente insana por tarifas pela administração Trump levou aqueles dotados de conhecimento a presumir que ele é apenas louco que corre o risco de perder sua base "conservadora" por meio dessa tentativa de encerrar o comércio global como parte de uma política míope de "tornar a América grande novamente".

A destruição do comércio global por meio de tarifas desta vez seguirá um caminho diferente da operação da Covid, embora seja certamente possível que a DARPA esteja envolvida desta vez também. Suspeito que até mesmo os bilionários não estejam totalmente certos sobre qual será o resultado final. Os supercomputadores elaboraram vários cenários para resultados, mas não está nada claro se os resultados seguirão esses modelos.

Além disso, assim como a desconfiança em relação aos hospitais e às empresas farmacêuticas, resultante da fraude e do massacre da Covid, despertou os cidadãos para os perigos da medicina, também a catástrofe resultante do colapso do comércio global pode levar alguns a entender que o livre comércio sempre foi um jogo de ricos que visa destruir nossa autodeterminação.

Tais argumentos são encorajados na mídia alternativa corrupta para satisfazer seus verdadeiros patrocinadores corporativos que controlam nos bastidores o discurso atual de Trump. É repugnante como muitos PhDs assumem em seus escritos que as tarifas são um produto goverrnamental, e não são, na realidade é uma criação de bilionários que entendem muito bem de economia real. Trump como todos os presidentes e primeiro-ministros são todos bonecos da tríade que controla o mundo: Sistema militar, financeiro e corporativo.

Cidadãos famintos podem ser facilmente encurralados em Gaza de alta tecnologia e controlados por drones e robôs. O modelo de governo tecnocrático que está sendo desenvolvido em Israel está sendo introduzido na Argentina e nos EUA (China e outros lugares) como parte dessa transformação política e econômica massiva.

As tarifas serão uma arma crítica nessa nova abordagem à guerra de classes que está sendo preparada pela gangue dos três: Peter Thiel, Stephen Miller e Russel Vought, os três homens que realmente comandam o regime Trump.

A ideia-chave por trás dessas tarifas é estabelecer gargalos no acesso a alimentos, combustível, matérias-primas e produtos manufaturados que nos farão cair de joelhos. Eleições e a popularidade dos políticos são as coisas mais distantes das mentes das pessoas em empresas privadas de inteligência que estão planejando essa mudança.

Os super-ricos por trás das cortinas incluem chineses, russos, indianos e outros. Esses grupos podem estar planejando travar uma guerra uns contra os outros em uma data futura, mas neste momento eles estão todos juntos nisso porque seus especialistas lhes disseram que, dada a destruição do meio ambiente ocorrendo, eles deveriam colocar a maior parte da humanidade em caixões rapidamente.

Eles precisam controlar a sociedade em um sentido absoluto. Isso porque seus supercomputadores indicam que a resistência organizada fora dos campos controlados está aumentando. Isso significa que é melhor eles se apressarem e destruírem o governo, implementarem o controle de IA e destruírem a economia produtiva antes que percam o controle — como quase fizeram na França antes do lançamento da operação Covid-19.

tarifas são as mesmas dos lockdowns, das proibições de viagens e embarques, e do distanciamento social que foram empregados no reinado de terror da Covid para destruir a economia dos cidadãos e criar uma alienação profunda que impediu a organização de uma oposição. O objetivo é o mesmo: consolidação dos meios de produção, controle do dinheiro e criação de uma população passiva e desencorajada que pode ser facilmente manipulada.

Essas tarifas têm tanto a ver com a defesa da economia doméstica quanto os bloqueios da Covid tiveram a ver com a saúde pública.

Assista o vídeo Os Problemas da Cadeia de Abastecimento Contribuem para a Inflação Global produzido pela Rede Global de Comunicação Conhecimento é Poder.

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A agenda da administração Trump e as prováveis ​​consequências econômicas e financeiras

03.02.2025 - Direto da Redação / Edson A Souza

O mundo está economicamente mais multilateral e interdependente do que nunca. Tentar voltar ao pensamento unilateral e ao isolacionismo, como o presidente eleito Donald Trump demagogicamente prometeu aos eleitores americanos receptivos, pode ser um experimento perigoso.

Internacionalmente, um segundo mandato presidencial do magnata dos negócios norte-americano Donald Trump corre o risco de ser muito perturbador, pois pode desestabilizar e perturbar severamente as relações econômicas e financeiras internacionais, particularmente no que diz respeito ao comércio internacional e aos movimentos de capital.

Rede Global: Este movimento é necessário por parte da Estrutura Mundial de Poder para poder acelerar o endividamento global, jogando inúmeras nações nas mãos do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial, que por fim irá desembocar no BIS (Banco de Compensações Internacionais). 

“Quando cada país se voltou para proteger seus próprios interesses privados, o interesse público mundial foi por água abaixo, e com ele os interesses privados de todos. ” — Charles Kindleberger (1910-2003), historiador econômico americano. “Pelo que posso perceber, este presidente [Donald Trump] tem apenas um ponto de referência e é interno. Isso é muito parecido com um chefe da Cosa Nostra. ” — James B. Comey (1960- ), ex-diretor do FBI (2013-2017)

De fato, se o presidente eleito Trump seguisse em frente e recorresse a táticas de força para obter concessões unilaterais em comércio e outros assuntos com outros países, isso poderia desvendar a intrincada rede de relações comerciais e financeiras internacionais entre países que foi construída desde a Segunda Guerra Mundial.

Internamente, se a administração Trump aplicasse sua agenda econômica radical, a economia dos EUA poderia possivelmente se beneficiar no curto prazo às custas de outras economias. No entanto, isso acarretaria pesados ​​custos econômicos, financeiros e políticos no médio e longo prazo para a economia mundial, mas também para a economia dos EUA.

Pode parecer relativamente fácil lançar guerras comerciais por razões políticas domésticas, mas as consequências econômicas, financeiras, monetárias e de produtividade líquidas ao longo do tempo podem ser muito perturbadoras.

Como indica a experiência mercantilista da década de 1930, tais políticas comerciais voltadas para dentro poderiam transformar uma recessão econômica padrão em uma depressão econômica completa.

À medida que nos aproximamos do 100º aniversário da grande crise financeira de 1929, pode ser prudente aprender com erros e enganos do passado. Por exemplo, foi apenas um quarto de século depois, em 1954, que o mercado de ações dos EUA retornou ao seu nível pré-crise.

Nesse meio tempo, a Grande Depressão de 1929-1939 abriu caminho para a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) e seus desastres.