CONFLITOS & GUERRAS
A guerra antes da guerra da CIA:
do Iraque ao Irã


Um plano dos EUA desenhado em 2002 para destruir o Iraque antes da invasão está sendo reativado contra o Irã – com sabotagem, assassinatos e guerra psicológica já em andamento.
16.05.2025 - Rede Global de Comunicação Conhecimento é Poder
Em 11 de setembro de 2001, enquanto a fumaça ainda subia das Torres Gêmeas e do Pentágono, duas reuniões – uma em Tel Aviv e outra em Washington – colocaram o Iraque na mira. O então primeiro-ministro israelense, Ariel Sharon, convocou uma reunião de emergência de seu gabinete de Segurança Nacional e decidiu explorar os ataques para pressionar pela guerra contra o Iraque de Saddam Hussein .
Agentes israelenses infiltrados no governo Bush, de linha dura, foram incumbidos de promover essa agenda. Enquanto isso, o ex-secretário de Defesa dos EUA, Donald Rumsfeld, e seu vice, Paul Wolfowitz , iniciaram discussões internas sobre como atingir o Iraque.
Em 11 de setembro, no mesmo dia dos ataques terroristas — e apesar de Washington ter imediatamente identificado os líderes da Al-Qaeda baseados no Afeganistão como os culpados — o diretor da CIA, George Tenet, autorizou a criação do Grupo de Operações no Iraque (IOG), liderado pelos veteranos de operações secretas Luis Rueda e John Maguire.
Em 24 horas, os dois estavam elaborando um plano para a desestabilização do Iraque. Com o codinome DB/ANABASIS (sendo “DB” o criptônimo da CIA para Iraque), o plano foi ativado muito antes de qualquer declaração formal de guerra e muito antes de o público americano ser levado a apoiar a falsa alegação de armas de destruição em massa no Iraque.
Rueda e Maguire traziam consigo vasta experiência em operações secretas da América Latina e do Afeganistão. Ambos haviam fracassado em tentativas anteriores de derrubar Saddam Hussein – principalmente com o DB/ACHILLES em 1995. Mas agora, o cenário estava montado, o financiamento garantido e o clima político propício.
A principal conclusão: enquanto o mundo se concentrava na Al-Qaeda e no Afeganistão, o Iraque já havia sido escolhido como o primeiro alvo.
Operação DB/ANABASIS
Aprovado pelo presidente americano George W. Bush em fevereiro de 2002 e financiado por US$ 400 milhões, o DB/ANABASIS era um manual de sabotagem, desinformação, guerra psicológica, levantes armados e assassinatos de autoridades iraquianas. Embora a CIA seja proibida por lei de realizar assassinatos, eufemismos como "operações de ação direta" disfarçavam a intenção.
O primeiro objetivo era aprofundar a paranoia de Saddam Hussein. Semeando o caos por meio de subterfúgios, a CIA esperava que ele reagisse – prendendo, torturando e executando seus próprios funcionários numa tentativa desesperada de erradicar os traidores.
A equipe de Maguire entrou no Curdistão iraquiano em abril de 2002, garantindo a cooperação dos líderes curdos Masoud Barzani e Jalal Talabani em troca de garantias dos EUA. No outono, o DB/ANABASIS estava em pleno vigor.
O Iraque, já enfraquecido por guerras, sanções e uma década de zonas de exclusão aérea, estava sendo "amolecido" antes da invasão. O plano não visava substituir a guerra, mas sim garantir um Estado fragmentado e quebrado, incapaz de resistir a ela.
Mudança de alvo: do Iraque para o Irã
Em janeiro de 2002, o presidente Bush proferiu seu infame discurso do "Eixo do Mal", agrupando Irã e Iraque. O discurso, escrito pelo neoconservador David Frum , que, assim como Oded Yinon – autor do " Plano Yinon " – era discípulo de Ariel Sharon.
Assista o vídeo publicado pela Rede Global de Comunicação Conhecimento é Poder sobre a queda das torres gêmeas com provas irrefutáveis de manipulação da opinião pública:
Seguiu a lógica estratégica do relatório israelense " Uma Ruptura Limpa ", preparado em 1996 para Benjamin Netanyahu por Richard Perle, Doug Feith e David Wurmser, entre outros. O plano original tinha como alvo o Iraque, o Irã e a Síria. Para disfarçar as impressões digitais israelenses, a Coreia do Norte foi inserida como isca.
A estratégia era simples: derrubar o Iraque primeiro, depois o Irã. Uma vez derrotados, a Síria e o Hezbollah seriam presas fáceis.
O Iraque caiu em 2003. A Síria foi destruída. Agora, o Irã continua sendo a última peça de dominó. E as ferramentas outrora usadas contra o Iraque estão sendo refeitas e redirecionadas. Esta é a ANÁBASE revisada da CIA – mas, desta vez, é para o Irã.
Refazendo ANABASIS para o Irã
Os princípios do DB/ANABASIS estão sendo aplicados no Irã hoje: sanções para enfraquecer a economia, sabotagem e assassinatos para criar confusão e medo, e operações psicológicas para quebrar a confiança pública.
Grupos de oposição iranianos são centrais para esta nova campanha. Em 2012, o ex-presidente americano Obama removeu o Mujahideen-e-Khalq (MEK) da lista de terroristas do Departamento de Estado dos EUA. O MEK foi transferido para a Albânia, onde agora opera a partir do Campo Ashraf, lançando ataques cibernéticos e terroristas contra a República Islâmica.
A CIA também utiliza separatistas curdos e balúchis em suas operações. O Mossad, frequentemente em colaboração com a CIA, é suspeito de orquestrar assassinatos de cientistas como Mohsen Fakhrizadeh e ataques terroristas em Teerã (2017), Ahvaz (2018), Chahbahar (2019) e Xá Cheragh (2022, 2023). O recente ataque a Kerman (2024) se encaixa no mesmo padrão.
Os protestos após a morte de Mahsa Amini foram rapidamente sequestrados pela CIA — ou por agentes alinhados ao Mossad, armados com coquetéis molotov e armas de fogo — um forte contraste com as manifestações anteriores.
Incêndios em Bandar Abbas, Karaj e Mashhad também se enquadram no escopo da ANABASIS. Não são acidentes – são atos de sabotagem econômica e psicológica.
A Guerra Oculta: Impacto Psicológico e Estratégico
“Sr. Bond, há um ditado em Chicago: 'Uma vez é casualidade. Duas vezes é coincidência. A terceira vez é ação inimiga'” – Goldfinger (1959)
Um respeitado analista iraniano descreveu a sabotagem em Bandar Abbas, Karaj e Mashhad como ataques de "contravalor grosseiro". Essa avaliação subestima o impacto militar e psicológico : assim como no Líbano, esses atos danificam a infraestrutura, matam civis e provocam pânico.
A sabotagem funciona melhor quando parece aleatória, mas coincide com momentos políticos. Quando o ex-presidente do parlamento Ali Larijani apareceu na televisão durante o apagão de Karaj, a mensagem foi clara: seus líderes não podem protegê-los.
Tais operações despertam suspeitas internas. As agências de segurança iranianas precisam investigar colegas, familiares e até amigos. À medida que perseguem fantasmas, a confiança se rompe. A contrainteligência mirará a equipe de segurança nos locais afetados, gerando paranoia. Teerã se torna obcecada por infiltrados e informantes estrangeiros.
Durante a Guerra Fria, a KGB era especialista em fazer a CIA suspeitar de traição por parte de seus próprios funcionários. As "caças a informantes" resultantes, lideradas pelo chefe de contrainteligência da CIA, James Angleton, devastaram o moral. A mesma dinâmica agora está sendo replicada no Irã.
O Fim do Jogo: Colapso Interno
A estratégia da CIA visa destruir a unidade e o moral, precursores de uma guerra aberta. Washington e Tel Aviv esperam que o Irã, assim como o Iraque antes dele, entre em colapso interno sob a pressão de uma população desiludida.
Maguire disse certa vez que o DB/ANABASIS visava "acertar contas" com Saddam. Essa atitude – reduzir a política externa a vinganças – ainda domina os círculos estratégicos dos EUA. Dentro do Pentágono e da CIA, figuras importantes veem o Irã através das lentes da crise dos reféns de 1979 e do apoio de Teerã à insurgência iraquiana e ao Talibã.
As tropas americanas, em particular o exército de ocupação dos EUA – que absorveu o peso dos ataques com IEDs no Iraque – nutrem profunda animosidade contra o Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC) do Irã. Uma variante especialmente letal de IED, o penetrador com formação explosiva ( EFP ), foi atribuída ao projeto iraniano, com a inteligência israelense, em seu auxílio, apontando culpados.
Essa animosidade, combinada com o sentimento pró-Israel e uma visão de mundo em preto e branco, leva muitos no governo Trump a se alinharem a Netanyahu – como Mike Waltz , um dos principais defensores do confronto com o Irã. De acordo com a Foreign Policy :
[Estamos testemunhando a] “luta ideológica entre os proponentes de uma política externa 'realista' de América em Primeiro Lugar, particularmente em relação ao Irã, e uma facção neoconservadora arraigada que está pressionando por uma mudança de regime em mais um país do Oriente Médio”.
Trump reclama do " Estado Profundo ", mas não consegue enxergar sua verdadeira natureza — uma rede não interessada em prendê-lo, mas em contornar a própria presidência para promover agendas de longa data. Para o Estado Profundo e para Israel, o Irã tem sido o prêmio máximo há décadas.
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Preparativos de guerra a todo vapor na Europa: Tropas posicionadas nas fronteiras da Ucrânia.
RELATÓRIO PRODUZIDO POR EDSON A SOUZA
20.04.2025 - Rede Global de Comunicação Conhecimento é Poder
Polônia
A Polônia reforçou sua presença militar perto de Przemyśl, incluindo a instalação de sistemas antiaéreos e checkpoints. Em Shehynivs'ka (ponto de fronteira Medyka-Shehyni), relatos destacaram movimentos de tropas ucranianas e ataques de mísseis russos próximos à região. Przemyśl tornou-se um epicentro para refugiados ucranianos que fogem da guerra, sobrecarregando a infraestrutura local. Moradores locais relataram ouvir explosões à distância, alimentando temores de incidentes transfronteiriços. Em Shehynivs'ka, a travessia da fronteira foi interrompida temporariamente devido a alertas de ataques aéreos, gerando pânico entre civis.
Contingente: Aproximadamente 15.000 a 20.000 soldados.
Equipamentos: Tanques, veículos blindados e sistemas de defesa aérea.
Contingente militar posicionado nas cidades de Przemyśl
e Rzeszów.
A distância entre a cidade de Przemyśl (Polônia) e Shehynivs'ka (uma vila na Ucrânia, próxima à fronteira com a Polônia) é de aproximadamente 30 km em linha reta. Por estrada, a distância pode variar entre 40 a 45 km, dependendo da rota escolhida e do ponto de travessia da fronteira.
Detalhes:
Przemyśl está localizada no sudeste da Polônia, próxima à fronteira com a Ucrânia.
Shehynivs'ka (ou Shehyni) é uma vila no Oblast de Lviv, Ucrânia, próxima ao principal posto fronteiriço de Medyka-Shehyni.
O tempo de viagem de carro pode levar cerca de 1 hora, considerando procedimentos de fronteira (que podem variar conforme o movimento).
Romênia
A Romênia, membro da OTAN, ampliou sua presença militar perto de Siret, cidade estratégica na fronteira com a Ucrânia (oblast de Chernivtsi). Em 2024, houve relatos de exercícios conjuntos com tropas da OTAN e instalação de sistemas de defesa aérea, refletindo temores de possíveis ataques ou infiltrações próximos à fronteira. Sighetu Marmației, localizada no condado romeno de Maramureș, tornou-se um ponto crítico para refugiados ucranianos que fogem da região de Transcarpátia (Ucrânia). Em 2022-2024, a cidade enfrentou sobrecarga em abrigos temporários e hospitais, além de relatos de tensões locais devido à presença de agentes de segurança monitorando possíveis riscos de espionagem ou sabotagem.
Contingente: Cerca de 1.000 a 2.000 soldados adicionais.
Equipamentos: Caças, veículos de combate e artilharia.
Contingente militar posicionado nas cidades de Siret e
e Sighetu Marmației.
A distância aproximada de Ucrânia para Siret é 555 km.
Lituânia
Šalčininkai, localizada a menos de 30 km da fronteira com a Bielorrússia (aliada da Rússia), tem sido alvo de preocupação devido a exercícios militares conjuntos entre Rússia e Bielorrússia. Em 2024, relatos indicaram movimentos de tropas bielorrussas próximas à fronteira lituana, gerando temores de possíveis provocações ou até mesmo de um cenário de conflito indireto relacionado à guerra na Ucrânia.
Contingente: Aproximadamente 1.000 soldados da OTAN.
Equipamentos: Veículos blindados e sistemas de defesa.
Letônia
A Letônia, membro da OTAN, passou a abrigar tropas internacionais em seu território. Em 2024, Riga sediou reuniões estratégicas da Aliança Atlântica, enquanto relatos destacaram o aumento de patrulhas aéreas e a instalação de sistemas antimísseis próximos à cidade. Autoridades letãs alertaram para riscos de "provocações russas" na região do Báltico. Riga tem sido alvo de campanhas de desinformação e ciberataques associados a grupos pró-Rússia, especialmente após o apoio letão à Ucrânia. Em 2024, autoridades relataram tentativas de sabotagem em infraestruturas críticas, como redes elétricas, aumentando os temores de uma "guerra híbrida" semelhante à vista na Ucrânia. Em resposta à guerra na Ucrânia, o governo letão lançou iniciativas para preparar a população de Riga para cenários de conflito, incluindo treinamentos de defesa civil, distribuição de manuais de sobrevivência e construção de abrigos. Em 2024, exercícios simulando ataques aéreos foram realizados na capital.
Contingente: Cerca de 1.200 soldados da OTAN.
Equipamentos: Veículos de combate e apoio logístico.
Estônia
A Estônia, assim como outros países bálticos, intensificou sua cooperação com a OTAN. Em 2024, Tallinn sediou reuniões de alto nível sobre defesa regional, enquanto tropas aliadas participaram de exercícios militares próximos à fronteira com a Rússia (região de Narva). Autoridades estonianas alertaram para o risco de "provocações" russas, como violações de espaço aéreo e marítimo.
Contingente: Aproximadamente 1.000 soldados da OTAN.
Equipamentos: Sistemas de mísseis e veículos de combate.
Eslováquia
Košice abrigou milhares de refugiados ucranianos desde 2022, sobrecarregando serviços públicos e gerando atritos com grupos locais críticos ao apoio à Ucrânia. Em 2023, relatos de confrontos entre residentes e nacionalistas eslovacos (contrários à imigração) aumentaram, especialmente após cortes governamentais em programas de assistência.
Contingente: Cerca de 1.500 soldados.
Equipamentos: Veículos blindados e sistemas de artilharia
Bulgária
Vidin, localizada às margens do rio Danúbio, tornou-se um ponto de observação para atividades militares na região após a invasão russa da Ucrânia. Em 2023, exercícios da OTAN foram realizados próximo à cidade, gerando debates entre políticos búlgaros pró-Ocidente e grupos pró-Rússia. Moradores relataram preocupação com a possibilidade de a Bulgária, membro da OTAN, ser arrastada para o conflito. A região de Vidin, historicamente dependente de indústrias pesadas, foi afetada pela crise energética gerada pela guerra na Ucrânia. Em 2023, protestos contra os altos preços da energia eclodiram na cidade, com críticas ao governo por manter laços com o gás russo. Paralelamente, houve relatos de sabotagem em gasodutos próximos ao Danúbio, ampliando temores de que a Bulgária pudesse se tornar alvo de ataques indiretos.
Contingente: Aproximadamente 1.000 soldados.
Equipamentos: Caças e veículos de combate.
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Preparativos de guerra a todo vapor na Europa: O que os cartógrafos militares franceses estão fazendo na Romênia?
O papel que a Turquia desempenhará é de particular importância, tanto como membro da OTAN quanto como potência regional.
17.04.2025 - Rede Global de Comunicação Conhecimento é Poder - Por Edson A Souza
No jornal francês Le Figaro, foi publicada uma reportagem impactante sobre a presença de cartógrafos do Exército Francês na Romênia em preparação para um possível "conflito com a Rússia". O artigo, intitulado "Cartógrafos do Exército Francês Destacados no Flanco Oriental da OTAN em Meio a Tensões Crescentes com a Rússia", escrito por Nicolas Barotte, detalha novos preparativos militares que estão sendo realizados com a antecipação de um ataque russo.
De acordo com o relatório, cartógrafos do Exército francês estão mapeando regiões ao longo das fronteiras da Romênia com a Moldávia e a Ucrânia.
NOTA DO AUTOR: A Transnístria possui o maior paiol da Europa (pertence a Rússia). Localizada entre a moldávia e a Ucrânia, já possui inúmeros equipamentos da OTAN em torno prontos para ser acionados para a tomada da Transnístria.


Estrategicamente para OTAN, derrubar a Transnístria é ter a possibilidade de avançar sobre Odessa (um grande centro de comércio importante para a Ucrânia, sendo a quarta maior cidade do país, contando com pouco mais de um milhão de habitantes. É o centro administrativo do Oblast de Odessa).
A cidade tem dois grandes portos, um na cidade propriamente dita e outro nos subúrbios - o Yuzhny (terminal petrolífero importante em termos internacionais).
Observa-se que os soldados estão identificando locais elevados, como torres de água ou campanários, a cada cinco quilômetros.
Segundo os soldados franceses, essas estruturas serão usadas como pontos de referência para alvos de artilharia, se necessário.
As tropas francesas também prepararam um mapa extremamente detalhado que inclui as rotas de movimentação das unidades militares e os eixos pelos quais o exército pode avançar. O principal objetivo do mapeamento é facilitar a orientação em terra, mesmo em caso de interrupção dos sinais de satélite.
Quem conduziu o mapeamento?
A operação de mapeamento foi realizada pelo 28º Grupo Geográfico (28e Groupe Géographique ).
Conhecida pela sigla "28e GG", esta unidade está estacionada na cidade de Haguenau, perto de Estrasburgo, e é uma das menores, porém mais estratégicas, unidades do Exército Francês. O 28e GG fornece informações geográficas, produção de mapas e suporte à análise topográfica para forças terrestres. Esteve sob o Comando de Inteligência por muitos anos, mas no outono de 2023, foi transferido para a Brigada de Engenharia (brigade du génie ).
Presença militar francesa na Romênia
Enquanto isso, a presença do Exército Francês na Romênia não é novidade. Quando a guerra entre a Rússia e a Ucrânia começou, a França enviou mil soldados para Cincu, localizada na região da Transilvânia, no centro da Romênia, como parte dos esforços da OTAN para reforçar seu flanco oriental.
Soldados franceses também lideram o Grupo de Batalha Multinacional da Romênia, estabelecido pela OTAN, estacionado lá.
Por que a Romênia?
Segundo o Le Figaro, a unidade já pendurou o mapa que preparou na Romênia na parede de sua sede em Haguenau.
No mapa da Romênia, a topografia do país é exibida em três dimensões. O 28º Regimento de Infantaria (GG) identificou pontos de referência a cada cinco quilômetros e criou um mapa de rotas de mobilidade militar.
O mapa foi criado usando uma tecnologia semelhante ao Street View do Google. Um veículo equipado com câmeras de alta resolução e sensores a laser, usado pelo 28e GG, escaneou a região em 3D.
O aspecto mais crítico desta preparação militar é o Portão Focșani.
O Portão Focșani
O Portão Focșani (ou Passo Focșani) está localizado no leste da Romênia e historicamente tem sido uma região de grande importância estratégica militar.
É uma passagem estreita e plana entre os Cárpatos Orientais e a Planície do Danúbio, servindo como um corredor entre a Moldávia, a Transilvânia e a região do Danúbio.
Ao contrário do terreno montanhoso ao seu redor, esta região plana é difícil de defender e fácil de atacar.
Dada a suposição da OTAN de que a Rússia pode lançar um ataque por essa rota, prevê-se que uma invasão russa bem-sucedida por Focșani possa se espalhar para o coração da Romênia e até mesmo atingir o Mar Negro via Constança.
Além disso, o uso histórico de Focșani para fins militares pelos otomanos, Rússia, Alemanha e soviéticos contribui para o interesse estratégico na área.
O que acontece se a Rússia atacar através de Focșani?
A ênfase em Focșani é, sem dúvida, parte de um esforço mais amplo para militarizar a Europa sob a narrativa de uma "invasão russa". Mas e se as suposições da OTAN se confirmarem?
Se a Rússia atacar por Focșani, como esperado, as primeiras forças militares que enfrentaria seriam a 8ª Divisão e a 2ª Divisão de Infantaria da Romênia. A resposta aérea inicial viria de aeronaves romenas baseadas nas bases aéreas de Fetești e Borcea.
Se a OTAN ativar o Artigo 5 e decidir confrontar totalmente a Rússia, a base aérea dos EUA em Mihail Kogălniceanu, na costa romena do Mar Negro, também entraria em jogo.
Se a Rússia atacasse através de Focșani, a forte presença da OTAN na região do Báltico não teria um impacto primário. Por exemplo, devido aos Montes Cárpatos, a intervenção direta da Polônia e de outros países bálticos no eixo Moldávia-Romênia seria logisticamente difícil. No máximo, esses países poderiam aplicar uma estratégia de distração, abrindo uma nova frente no norte contra a Rússia.
Nesse cenário, outra força-chave da OTAN que vem à mente é o Corpo de Desdobramento Rápido da OTAN – Itália, criado em 2001 como Força de Resposta Imediata da OTAN.
A posição da Turquia
Supondo que a Turquia deixe de lado sua diplomacia de equilíbrio e cumpra suas obrigações de aliança como o país com o segundo maior exército terrestre da OTAN, as possíveis ações da Turquia incluiriam o envio de suas unidades para a Romênia em 72 horas.
NOTA DO AUTOR: Não podemos esquecer as ligações dinásticas entre turcos e russos. Meseque da origem aos moskovitas e Tubal aos turcos. Assista ao vídeo "Análise final da dinastia de Jafé" produzido pela Rede Global de Comunicação Conhecimento é Poder.
Para aumentar o seu conhecimento, leia o ebook "Conflitos no Extremo Oriente", produzido pela Rede Global de Comunicação Conhecimento é Poder"
Desde 2023, a Turquia faz parte da Força-Tarefa Conjunta de Alta Prontidão (VJTF), com unidades de alta prontidão, como a 66ª Brigada de Infantaria Mecanizada (Istambul) ou Brigadas de Comando.
Nesse contexto, a 66ª Brigada Mecanizada em Istambul e as experientes brigadas de comando das operações na Síria parecem ser as unidades mais rápidas que poderiam fornecer apoio terrestre à Romênia.
A Marinha Turca, também a maior força naval da OTAN no Mar Negro, contribui rotativamente para o Grupo Marítimo Permanente da OTAN-2 (SNMG2) e o Grupo Permanente de Contramedidas de Minas da OTAN-2 (SNMCMG2) com fragatas, barcos de ataque rápido e caçadores de minas.
Da mesma forma, o poder aéreo da Turquia pode fornecer reforços de tropas de combate e munição às bases da OTAN na Romênia por via aérea; com UAVs e aeronaves de patrulha marítima, pode realizar missões de reconhecimento e dissuasão. Unidades anfíbias com capacidade de desembarque e comandos SAT/SAS também podem ser mobilizadas para o território romeno, de acordo com os planos operacionais da OTAN.
Indicamos assistir ao vídeo abaixo produzidos pela Rede Global de Comunicação Conhecimento é Poder:
É claro que o envolvimento militar direto da Turquia em tal cenário é visto como uma possibilidade que está fora do escopo da política externa turca tradicionalmente orientada para o equilíbrio.
Embora a probabilidade de tal simulação se materializar nas atuais circunstâncias políticas seja claramente remota, seria necessário que a Rússia primeiro capturasse Odessa e alcançasse a fronteira com a Moldávia, e então tentasse invadir a Romênia via Moldávia (Transnístria).
No entanto, embora o envolvimento direto da Turquia em uma guerra continue improvável por enquanto, a possibilidade de a Turquia assumir novas responsabilidades dentro do atual conceito de “dissuasão” está sendo cada vez mais discutida em voz alta.
Especialmente em um clima político em que o presidente dos EUA, Donald Trump, é visto como alguém que "abandonou" a Europa e os olhos estão se voltando para a Turquia, a recente declaração do presidente Recep Tayyip Erdoğan no Fórum de Diplomacia de Antália — "A Turquia está pronta para assumir a responsabilidade pela segurança da Europa" — é a indicação mais clara até agora de que a Turquia desempenhará um papel mais ativo na arquitetura de segurança europeia em um futuro próximo.
Embora haja muita conversa ultimamente sobre tropas turcas indo para a Ucrânia, não seria surpreendente ver unidades turcas na Romênia, uma área de foco importante da OTAN.
Conclusão
Além da Europa Oriental, a OTAN também considera o Sudeste Europeu uma potencial rota de ataque para a Rússia e está adaptando seus preparativos de guerra de acordo com isso. Embora as relações EUA-Europa permaneçam voláteis durante a era Trump, os preparativos em andamento sugerem que nenhum dos lados acredita verdadeiramente que os EUA retirarão as tropas da Europa a curto prazo. De fato, autoridades da OTAN e dos EUA já começaram a tentar "tranquilizar" essa questão.
Por outro lado, embora a OTAN considere a Romênia uma rota estratégica em caso de ataque russo e considere a região militarmente crítica, também é evidente que qualquer atitude anti-OTAN ou anti-UE em um país como a Romênia causaria sérios danos às estratégias atuais. Esse fato já é evidente desde o primeiro turno das eleições presidenciais romenas...
Embora a Romênia desempenhe atualmente um papel fundamental no flanco sudeste da OTAN, começam a surgir sinais de uma potencial mudança nas preferências políticas. Essa mudança pode representar sérios desafios para os planos futuros da OTAN na região, caso continue.
À medida que a OTAN fortalece seus flancos leste e sudeste em antecipação a um confronto de longo prazo com a Rússia, também precisa monitorar de perto as transformações políticas em seus Estados-membros.
Além disso, está ficando claro que a atual aliança EUA-Europa não se baseia apenas em acordos militares. A sustentabilidade dessa aliança também depende da estabilidade política interna e do apoio público dos países-membros. Nesse contexto, o papel que a Turquia desempenhará é de particular importância, tanto como membro da OTAN quanto como potência regional capaz de influenciar os acontecimentos no Sudeste Europeu e na bacia do Mar Negro.
Embora as atividades cartográficas militares francesas na Romênia possam parecer uma operação técnica de rotina, elas são, na verdade, parte de uma preparação muito mais ampla para a guerra. A escolha dos locais de mapeamento, o nível de detalhe e o foco em corredores vulneráveis, como o Portão de Focșani, apontam para um plano de contingência militar bem elaborado.
Em resumo, a Europa está mais uma vez se preparando para a guerra — desta vez não contra um inimigo distante, mas contra um vizinho poderoso e com armas nucleares. E países como a Romênia, situados na intersecção dessas linhas de fratura, estão sendo rapidamente militarizados. Seja uma preparação genuína ou uma forma calculada de dissuasão, uma coisa é certa: os cartógrafos da guerra já estão em ação.
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Depois da Ucrânia, o Irã?
23.03.2025 - Rede Global de Comunicação Conhecimento é Poder - Por Edson A Souza
Para os « sionistas revisionistas » (quer dizer, para os sucessores de Zeev Jabotinsky e Benzion Netanyahu — não confundir com os «sionistas» de Theodor Herzl —), chegou o momento, após a vitória sobre o Hamas, sobre o Hezbollah e sobre Assad, de esmagar o Irã. Ao contrário, para Donald Trump, após a pacificação do conflito ucraniano, convêm prioritariamente pacificar o que gira à volta do Irã. A imprensa tem os olhos virados para a Palestina, mas é na envolvente Teerã que se joga a paz no Médio Oriente.
Mohammad Javad Zarif e o Secretário de Estado John Kerry deambulam nas ruas de Genebra durante as negociações do JCPoA.
Em Teerã, os Iranianos interrogam-se com angústia se, uma vez esgotada a sua economia e que já não sejam capazes de se defender, os Israelitas e os Norte-Americanos os irão bombardear. Nestas circunstâncias, devem eles negociar ou não com o enigmático Presidente Donald Trump?
Em 2 de Março de 2025, o Majlis iraniano (Parlamento) deu um voto de desconfiança ao Ministro da Economia e Finanças, Abdolnasase Hemmati, devido à maneira de fazer face ao bloqueio econômico ocidental e à crise econômica daí resultante. No mesmo dia, o seu amigo Mohammad Javad Zarif, antigo negociador do Acordo Nuclear (JCPoA) e atual vice-presidente, apresentou a demissão.
O Presidente Donald Trump revelou, em 7 de Março, ter enviado uma carta ao Irã. A imprensa internacional anunciou que ela havia sido entregue no próprio dia por Serguei Riabkov, vice-ministro russo dos negócios estrangeiros (Relações Exteriores), a Abbas Araghchi, ministro iraniano dos negócios estrangeiros. Mas a Nournews revelou que a Rússia recusara ser intermediário. Segundo Esmail Baghaei, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, foi Gargash Anwar, consultor diplomático do presidente dos Emirados Árabes Unidos, quem na verdade a entregou, em 12 de Março.
Seja como for, não esperando para conhecer o conteúdo, o Aiatola Ali Khamenei, Guia da Revolução, declarou : « Que interesse temos nós em negociar quando sabemos que ele não respeitará os seus compromissos? Nós senta-mo-nos à mesma mesa e negociamos durante vários anos e, uma vez o acordo concluído, finalizado e assinado, ele virou a mesa e rasgou o Acordo».
O passivo do Acordo JCPoA
Com efeito, em 2013, o Irão negociava um acordo geral com os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU assim como a Alemanha, os 5+1, em Genebra. Eles chegaram à suspensão temporária do programa nuclear iraniano, a um levantamento parcial das medidas coercivas unilaterais ocidentais e das sanções económicas do Conselho de Segurança. As negociações dos 5+1 foram então interrompidas, enquanto as conversações directas entre o Irão e os Estados Unidos prosseguiam nos bastidores. Finalmente, elas foram retomadas, em 2015, em Lausana.
O acordo público foi assinado em Viena, quase nos mesmos termos do rascunho que havia sido redigido dois anos antes. O que é conhecido sob o nome de Joint Comprehensive Plan of Action – Plano de Acção de Entendimento Conjunto (JCPoA).
Por fim, os Estados Unidos reconheciam o direito da República islâmica desenvolver o seu programa nuclear civil. Em troca, o Irã comprometia-se a deixar a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) verificar que não desenvolvia paralelamente um programa militar. Para isso, ele comprometia-se a não possuir mais de 5. 060 centrifugadoras, a não enriquecer urânio a mais de 3,67% e a limitar a sua produção de plutônio.
A França e o Reino Unido declaravam-se satisfeitas, enquanto o negociador francês, Laurent Fabius, reconhecia ter, à medida que avançavam as negociações, informado o Primeiro-Ministro israelita, seu amigo Benjamin Netanyahu, à revelia dos outros diplomatas.
A Rússia e a China extraiam desses debates, confirmado pelas suas próprias observações no local, que o Irã havia fechado o seu programa nuclear militar, em 1988, de acordo com uma “fatwa” do Aiatola Ruhollah Khomeini e que jamais o haviam retomado.
Desde aí, o Irã perdeu 100 bilhões de dólares por ano», segundo o antigo Presidente Hassan Rohani. Segundo esta avaliação, a retirada norte-americana teria provocado 650 bilhões de dólares de prejuízos no decurso dos seis anos e meio seguintes.
Seguidamente, os peritos nucleares, que estudaram os documentos iranianos fornecidos por Israel, garantirão todos que não foi o Irã que mentiu, mas sim Israel. A única peça do projeto AMAD que se poderia ligar ao fabrico de uma bomba atômica era um gerador de ondas de choque.
O Irã retirou-se do JCPoA e dos acordos secretos assinados com os Estados Unidos. O seu estoque de urânio enriquecido a 60% aumentou para 182 kg no último trimestre de 2024. Em 2020, Israel assassinou Mohsen Fakhrizadeh em Teerã.
Em 30 de Abril de 2018, Benjamin Netanyahu apresenta os 100. 000 documentos que a Mossad roubou em Teerão. Segundo ele, estes provavam que o Irão mentia e preparava uma bomba atómica para arrasar a população do Estado hebreu.
Em 30 de Abril de 2018, Benjamin Netanyahu tornava públicos 100.000 documentos roubados pela Mossad em arquivos de Teerã, relativos ao projeto Amad. Ele explicou que, recorrendo ao princípio muçulmano da Taqîya, o Irã havia mentido. Teerã tinha desenvolvido, de 1989 a 2003, um programa nuclear militar sob a direção do físico Mohsen Fakhrizadeh.
Uma semana mais tarde, em 8 de Maio de 2018, o Presidente Donald Trump anunciava a retirada dos Estados Unidos do Acordo assinado pela Administração Obama em Viena. As medidas coercivas unilaterais ocidentais em vigor são mantidas e reforçadas.
Em 14 de Março, a China organiza um encontro entre a Rússia e o Irão. Trata-se para Pequim de manifestar o seu apoio à posição dos dois países.
Novas negociações...
Interrogado pela imprensa iraniana sobre possíveis contatos via Omã, Abbas Araghchi declarou : « Sim, este não é um método raro, e isso aconteceu várias vezes ao longo da história. Por conseguinte, uma negociação indireta é possível ... Aquilo que é importante, é que a vontade de negociar e de alcançar um acordo justo e equitativo se faça em condições de igualdade entre os Estados. A forma da negociação não tem importância ».
Em 12 de Março, ou seja, quando da entrega da carta do Presidente Trump, a França, a Grécia, o Panamá, a Coreia do Sul, o Reino Unido ... e os Estados Unidos, reuniram o Conselho de Segurança, à porta fechada, para examinar a persistente falta de respeito do Irã pelos pedidos de informação da AIEA.
No dia seguinte, 13 de Maio, Mohammad Hassan-Nejad Pirkouhi, Director-Geral para a Paz e a Segurança internacionais no Ministério iraniano dos Negócios Estrangeiros, convocou os embaixadores dos Estados Unidos, da França e do Reino Unido. Ele criticou-os por uma convocatória « irresponsável e provocatória » do Conselho de Segurança, abusando dos mecanismos das Nações Unidas. Ele ressaltou que, se o Irã já não respeita o compromisso de não enriquecer urânio a mais de 3,67%, continua no entanto a respeitar os compromissos do JCPoA em relação aos inspetores da AIEA e paga pelas suas obrigações quanto ao Tratado de não-proliferação de armas nucleares (TNP).
O Reino Unido indicou que estava pronto, o mais tardar em 18 de Outubro, a restabelecer as sanções da ONU se o Irã não parasse o seu enriquecimento de urânio. Com efeito, elas haviam sido suspensas, mas... não revogadas.
Em 14 de Março, o Russo Serguei Riabkov e o Iraniano Kazem Gharibada foram recebidos pelo homólogo chinês, Ma Zhaoxu, em Pequim. Este sublinhou que «as partes em questão deveriam aplicar-se a atacar as causas profundas da situação atual e em abandonar as sanções, as pressões ou as ameaças de utilização da força». Durante uma conferência de imprensa, Kazem Gharibadi declarou que «todas as negociações e discussões serão exclusivamente centradas na questão nuclear e no levantamento das sanções».
Por seu lado, o antigo negociador do JCPoA declarou à BBC que «as negociações não deveriam incluir o programa de mísseis do Irã ou a sua influência regional. Acrescentar esses assuntos complicaria o processo e o tornaria ingerível». Por fim, Serguei Lavrov, Ministro russo dos Negócios Estrangeiros, declarou à imprensa que acrescentar condições suplementares às negociações as iria condenar ao fracasso. Finalmente, Mao Ning, porta-voz do Ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, sublinhou que «na situação atual, acreditamos que todas as partes devem manter a calma e a contenção a fim de evitar a escalada da situação nuclear iraniana ou de caminhar para o confronto e o conflito».
Durante este período, os ministros dos Negócios Estrangeiros do G7, reunidos em La Malbaie (Canadá), discutiram as detenções arbitrárias no Irã e as tentativas de assassínio perpetradas pelos Serviços Secretos iranianos no estrangeiro.
Em 15 de Março, o antigo Presidente Hassan Rohani sublinhou que o Guia, Ali Khamenei, « não se opõe em absoluto às negociações ». E, continuou : « Não negociamos com os Estados Unidos sobre o Iraque, o Afeganistão e o acordo nuclear? Mesmo à época, quando eu era secretário do Conselho Supremo de Segurança Nacional, o próprio Guia escrevia que as negociações deviam basear-se em certos princípios ».
A partir do Departamento de Estado, onde está encarregado da Venezuela, Elliott Abrams, que juntou os straussianos e os sionistas revisionistas no seio da Vandenberg Coalition, pugna por um ataque ao Irão.
Os desafios das novas negociações
Se tiverem lugar novos contatos (e é provável que eles já tenham começado), a pacificação das relações americano-iranianas iria dar uma nova volta ao Médio Oriente Alargado.
Neste momento, o Irã perdeu na Palestina, no Líbano e na Síria. Teerã apenas mantém sua influência militar no Iêmen. Economicamente, o país, submetido a medidas coercivas unilaterais ocidentais, está à beira da fome, tal como o Iraque antes de derrubarem Saddam Hussein (2002) e a Síria antes de derrubarem Bashar al-Assad (2024). Assim, ele já não resistiria a uma invasão terrestre.
Tendo a natureza horror ao vazio, Israel e a Turquia tentam partilhar as ruínas da região. A pacificação interna da questão curda na Turquia, deslegitima a posição dos mercenários curdos do pseudo-estado formado na Síria (Rojava) e torna-os disponíveis para uma eventual invasão terrestre do Irã por conta de Israel.
Nos bastidores, o homem que se perfila por trás de Benjamin Netanyahu, Elliott Abrams, faz tudo o que lhe é possível para virar o Presidente Donald Trump contra Teerã.
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O falso cessar fogo de Israel
Do ponto de vista da propaganda, a intenção do cessar-fogo é enganar a opinião pública. Gaza está quase completamente destruída. As atrocidades e perdas de vidas estão além da descrição. Estimativas que ainda precisam ser corroboradas sugerem que até um quarto da população de Gaza morreu. O cessar-fogo não tem a intenção de levar a um acordo de paz. Muito pelo contrário.


09.02.2025 - Edson A Souza
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O alegado cessar-fogo: três fases
O cessar-fogo consiste em três fases de chamadas negociações, que consistem em grande parte na libertação de reféns israelenses e prisioneiros palestinos. O terceiro estágio envolve “a reconstrução de Gaza”. O cessar-fogo também inclui dois objetivos não declarados:
Êxodo dos palestinos da sua terra natal,
A apropriação total de terras palestinas em Gaza e na Cisjordânia.
É a apropriação de um país inteiro
O primeiro estágio é “um cessar-fogo completo” que dura 42 dias. Durante esse período, o Hamas libertará 33 reféns. Por sua vez, Israel libertará 1.900 prisioneiros palestinos, as forças israelenses deixarão as áreas povoadas, “civis palestinos deslocados serão autorizados a retornar aos seus bairros, centenas de caminhões de ajuda serão autorizados a entrar em Gaza todos os dias, as tropas israelenses permanecerão nas áreas de fronteira de Gaza, incluindo o Corredor de Filadélfia ao sul.
O cessar-fogo não significa que o genocídio foi encerrado

Falsas negociações de cessar-fogo
Ironicamente, o governo Netanyahu é representado por altos funcionários da inteligência em vez de membros civis de seu gabinete: os chefes do Mossad e do Shin-bet (ambos inteligência israelense), que são os arquitetos de um genocídio cuidadosamente planejado, baseado e apoiado por Uma Bandeira Falsa, foram incumbidos do mandato de cessar-fogo. Não podemos esquecer que o Hamas foi criado pelo Mossad - Assista o vídeo Catar, Irmandade Muçulmana, Hamas e Israel produzido pela Rede Global de Comunicação Conhecimento é Poder.
Não há nada para negociar. A Palestina NÃO está representada nas Conversações de Cessar-Fogo. A Autoridade Palestina não foi convidada a comparecer. Há apenas um representante simbólico do Hamas, Khalil al-Hayya , que sucede Saleh al-Arouri , que foi assassinado no início de janeiro do ano passado por Israel.
Khali al Hayya é controlado pela Inteligência Israelense. Ele é um ativo inteligente , baseado no Catar “que não se encontra com oficiais israelenses”. Ele é categorizado como negociador chefe do Hamas.
Assista Diretiva política para a população de Gaza produzido pela Rede Global de Comunicação Conhecimento é Poder.
O aparato de inteligência israelense em consulta com a CIA que está dando as ordens. Na verdade, não há negociações significativas.
A equipe de negociação é dominada por três agências de inteligência, a saber, Mossad, Shin Bet e a Agência Geral de Inteligência do Egito (GIA), que têm colaborado ativamente com seus colegas de inteligência dos EUA e da OTAN, incluindo o (antigo) diretor da CIA William Burns ( substituído pelo nomeado de Trump pela CIA, John Ratcliffe).
O chefe do Mossad, David Barnea, é o “principal negociador de Israel ”
Embora os relatos da mídia se concentrem nas negociações relativas à libertação de prisioneiros e reféns, o objetivo implícito dessas negociações por autoridades de inteligência israelenses, egípcias e norte-americanas é implementar, coordenar e financiar o ÊXODO dos palestinos. O presidente Donald Trump declarou em termos inequívocos que os palestinos devem deixar sua terra natal - sim, o Trump que as pessoas veneram como zumbis: Êxodo para o deserto do Sinai no Egito e para a Jordânia da Cisjordânia. O Êxodo e a destruição do Estado-nação palestino são um ato de genocídio
“Conversações bilaterais secretas” entre Egito e Israel: as reservas de gás natural offshore
O objetivo final não é apenas excluir os palestinos de sua terra natal, mas consiste em confiscar as reservas multimilionárias de gás natural offshore de Gaza, nomeadamente aquelas pertencentes ao BG (BG Group) em 1999 , bem como as descobertas do Levante em 2013. (ver Felicity Arbuthnot, Michel Chossudovsky)
Em 2021-22, o Egito e Israel estiveram envolvidos em “conversas bilaterais secretas” sobre “a extração de gás natural na costa da Faixa de Gaza.
O Hamas é considerado pela inteligência israelense como um ativo de inteligência.
“Qualquer um que queira frustrar o estabelecimento de um estado palestino tem que apoiar o fortalecimento do Hamas e a transferência de dinheiro para o Hamas”, ele [Netanyahu] disse em uma reunião dos membros do Knesset de seu partido Likud em março de 2019. “Isso faz parte da nossa estratégia – isolar os palestinos em Gaza dos palestinos na Cisjordânia.” ( Haaretz , 9 de outubro de 2023).
O Hamas (Harakat al-Muqawama al-Islamiyya) (Movimento de Resistência Islâmica) foi fundado em 1987 pelo Sheik Ahmed Yassin . Foi apoiado no início pela inteligência israelense como um meio de enfraquecer a Autoridade Palestina:
“Graças ao Mossad, (o “Instituto de Inteligência e Tarefas Especiais” de Israel), o Hamas foi autorizado a reforçar sua presença nos territórios ocupados. Enquanto isso, o Movimento Fatah de Arafat para Libertação Nacional, bem como a Esquerda Palestina, foram submetidos à mais brutal forma de repressão e intimidação.
Não esqueçamos que foi Israel que, de fato, criou o Hamas. Segundo Zeev Sternell , historiador da Universidade Hebraica de Jerusalém, “Israel pensou que era uma manobra inteligente para empurrar os islamitas contra a Organização para a Libertação da Palestina (OLP) ”. ( L'Humanité, traduzido do francês).
O financiamento da reconstrução pós-guerra é destinado a Israel. Ele será usado para financiar um projeto imobiliário gigante de casas de luxo, hotéis e prédios de apartamentos.
Já em fevereiro de 2024, o presidente egípcio Abdel Fattah el-Sisi estaria supostamente “ajudando Israel a transferir 1,4 milhão de palestinos de Rafah para cidades de tendas no deserto do Sinai”.
A dívida externa do Egito está na casa dos bilhões. Seus credores estão dispostos a fornecer fundos para financiar o Êxodo dos Palestinos. O FMI já prometeu fornecer financiamento.
Há um claro rastro de dinheiro conectando o desonesto presidente egípcio a uma mudança de política que mais do que acomodará o ambicioso plano de limpeza étnica de Netanyahu.
Então o FMI agora fornece apoio financeiro para limpeza étnica?
Certamente! O FMI quer ter certeza de que El-Sisi tenha dinheiro suficiente para cobrir os custos de alimentação e moradia de um milhão e meio de refugiados. (Mike Whitney).


“O campo de gás natural Giant Leviathan, no Mediterrâneo oriental , descoberto em dezembro de 2010, é amplamente descrito [por governos e pela mídia] como “ao largo da costa de Israel”.
Essas reservas do Levante devem ser distinguidas daquelas descobertas em Gaza em 1999 pela British Gas , que pertencem à Palestina. A análise de Felicity Arbuthnot, no entanto, confirma que “ Parte dos campos de gás Leviathan ficam em águas territoriais de Gaza” (Veja o mapa ao lado direito).
Enquanto Israel os reivindica como seu próprio tesouro, apenas uma fração da riqueza do mar está em Israel. Muito ainda está inexplorado, mas atualmente, Gaza da Palestina e a Cisjordânia entre elas mostram as maiores descobertas… (Felicity Arbuthnot , 2013)
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