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Argentinos são escravizados no Brasil para trabalhos forçados

A crise econômica na Argentina, agravada pela inflação galopante, desvalorização da moeda e altos índices de desemprego, tem levado muitos argentinos a buscar oportunidades em países vizinhos, como o Brasil. No entanto, o que muitos encontram ao cruzar a fronteira não é a esperança de uma vida melhor, mas sim condições análogas à escravidão.

Vinícolas e o trabalho escravo no Brasil

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05.03.2025 - Rede Global de Comunicação Conhecimento é Poder

Uma ação de resgate libertou três cidadãos argentinos de uma situação equivalente à escravidão enquanto trabalhavam na colheita de cenouras, beterrabas e cebolas em Vacaria (RS). Este é o terceiro incidente de resgate de trabalhadores desse país no estado apenas em 2025 – outros nove foram encontrados em Flores da Cunha e mais quatro em São Marcos, conforme informações da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego.

Um empreiteiro que oferecia serviços a agricultores os contratou. Um dos trabalhadores era um jovem de 17 anos. “Esse empreiteiro os intimidava, sugerindo que possuía armas e que poderiam ser assassinados”, relata Rafael Zan, auditor fiscal do trabalho que liderou a operação. “De fato, eles abandonaram seus pertences e buscaram ajuda da polícia”, esclarece.

Queixas sobre atrasos nos pagamentos, ausência de alimentação e situações de moradia inadequadas foram reportadas às autoridades. Durante a operação, ao serem solicitados a mostrar o local de residências, um dos indivíduos teria mencionado estar portando uma arma, conforme relatado pela equipe de fiscalização.

Dados e Estatísticas sobre Trabalho Escravo no Brasil

O Brasil possui um histórico preocupante em relação ao trabalho análogo à escravidão. Segundo o Observatório da Erradicação do Trabalho Escravo e do Tráfico de Pessoas, entre 1995 e 2022, mais de 58 mil trabalhadores foram resgatados de condições análogas à escravidão no país. Embora a maioria dos casos envolva brasileiros, há um número crescente de estrangeiros, incluindo argentinos, entre as vítimas.

  • Mapa da Escravidão no Brasil: O Ministério Público do Trabalho (MPT) mantém um mapa interativo que mostra os casos de trabalho escravo registrados no país. Segundo o mapa, estados como São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, que recebem um grande fluxo de migrantes argentinos, estão entre os que

mais registram ocorrências. Acesse o mapa aqui..

  • Dados do Ministério do Trabalho: Em 2022, o Ministério do Trabalho resgatou 1.937 trabalhadores em condições análogas à escravidão. Desses, 5% eram estrangeiros, incluindo argentinos, paraguaios e bolivianos.

Em 2023, o jornal El País relatou o caso de uma família argentina que foi enganada por um aliciador e acabou trabalhando em uma plantação de cana-de-açúcar no Mato Grosso do Sul.

Para aprofundar o entendimento sobre o tema, recomenda-se a leitura dos seguintes livros e estudos:

  1. "Trabalho Escravo Contemporâneo no Brasil" – Organizado por Leonardo Sakamoto, este livro aborda as diferentes formas de escravidão moderna no país, incluindo a exploração de migrantes.

  2. "Migrações e Tráfico de Pessoas na América do Sul" – De autoria de Adriana Marcolini, a obra analisa o fluxo migratório na região e os riscos de exploração enfrentados por migrantes.

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