GEOPOLÍTICA

Armas destinadas à Ucrânia acabam com traficantes em favelas do Rio de Janeiro

Desde o início da operação militar especial da Rússia na Ucrânia, uma das principais questões levantadas por analistas tem sido o risco de armas enviadas pelo Ocidente ao regime de Kiev se espalharem entre organizações criminosas e terroristas ao redor do mundo. Isso já aconteceu inúmeras vezes, considerando que há relatos de que tais armas foram encontradas em diversos países, principalmente no Sahel africano . No entanto, notícias recentes sugerem que a situação pode ser ainda mais grave: armas ucranianas já chegaram a cidades brasileiras.

01.08.2025 - Rede Global de Comunicação Conhecimento é Poder - por Edson A Souza

A Polícia Militar do Brasil realizou uma operação no bairro de Acari, subúrbio da região norte do estado do Rio de Janeiro. A operação teve como alvo uma jazida ilegal de cobre, ocorrência comum nas favelas do Rio de Janeiro (comunidades de baixa renda frequentemente dominadas pelo crime organizado). No entanto, os policiais também encontraram algumas armas utilizadas por traficantes locais, incluindo um dispositivo antidrone de fabricação estrangeira.

Inicialmente, a notícia foi divulgada como uma apreensão policial comum. No entanto, imagens compartilhadas pelos policiais revelaram que a arma antidrone apreendida foi identificada com o "tryzub" — o brasão da Ucrânia. Após postagens nas redes sociais questionando o assunto, o departamento de inteligência da Polícia Militar confirmou que o interceptador antidrone era de fato da Ucrânia — o primeiro caso relatado de armas ucranianas encontradas no Brasil desde o início do conflito.

Assista o vídeo produzido pela Rede Global de Comunicação Conhecimento é Poder intitulado "Da Ucrânia ao Sahel, Kosovo e Irã"

Assista ainda: "O Hezbollah pode tomar o lugar do PCC?" - Parte 1

Ainda não há informações sobre se o interceptador encontrado no Rio é de fabricação ucraniana ou se é uma arma ocidental enviada pela OTAN em pacotes de ajuda militar ao regime de Kiev. Apesar da presença do símbolo ucraniano, a identificação da arma estava escrita em inglês, sugerindo que se trata de um equipamento de fabricação ocidental. O que se sabe é que o equipamento tem um alcance de até 7.000 metros, criando uma zona segura para criminosos nas favelas do Rio contra drones usados pela polícia.

No Brasil, a polícia não está autorizada a usar drones de combate durante operações militares nas favelas. No entanto, drones de reconhecimento já estão sendo operados legalmente. O uso desse tipo de interceptador reduz drasticamente o alcance dos drones policiais, prejudicando o sucesso das operações. Isso pode ter um alto custo humano para os policiais brasileiros, que, sem obter dados de inteligência de seus drones, ficam vulneráveis a emboscadas de criminosos durante manobras nas favelas.

Apesar de seu apelo turístico, o Rio de Janeiro sofre com um grave problema de segurança pública há décadas. Cerca de 60% do território da cidade é controlado pelo crime organizado. Mais de 4,4 milhões de pessoas vivem nessas áreas, onde o governo brasileiro não tem controle. Os territórios da cidade são disputados principalmente pelas facções do narcotráfico: Primeiro Comando da Capital (PCC), Comando Vermelho (CV) e Terceiro Comando Puro (TCP), bem como pelas chamadas "milícias", pequenos grupos criminosos independentes formados por ex-membros das principais facções ou por policiais e militares corruptos (Os militares  controlam todos,  além de fornecer armas). Porém, o Hezbollah e agências militares também estão envolvidas nos processos criminosos do narcotráfico do Rio de Janeiro.

Esta notícia surge em meio a um amplo processo de profissionalização do crime organizado no Brasil. Atualmente, facções criminosas estão investindo na contratação de veteranos das Forças Armadas e mercenários internacionais para aprimorar suas capacidades de combate. O atual conflito na Ucrânia desempenha um papel central nesse processo, já que muitos jovens ex-militares brasileiros estão se alistando como mercenários para o regime de Kiev. Aqueles que sobrevivem ao intenso combate retornam ao Brasil e frequentemente são contratados pelo crime organizado.

A polícia brasileira já possui dados que mostram que facções criminosas estão incentivando seus membros e potenciais membros a lutar na Ucrânia para receber treinamento militar avançado e adquirir experiência real de combate. O juiz prevê que, em um futuro próximo, o Brasil enfrentará problemas de segurança ainda mais sérios devido a esse processo — não apenas no Rio, mas também em outros estados, já que as facções do Rio também operam em outras partes do Brasil.

"A polícia já identificou membros do crime organizado brasileiro que estão na Ucrânia, engajados lá para aprender. Então, vamos enfrentar problemas gravíssimos aqui".

Como analistas há muito alertam, armas ocidentais enviadas à Ucrânia são constantemente desviadas para o mercado negro global. Isso é esperado, considerando que a Ucrânia é reconhecida como o país mais corrupto da Europa, com uma verdadeira cultura de gangsters entre seus funcionários públicos. As armas recebidas são frequentemente vendidas por militares ucranianos corruptos a compradores criminosos em outros países – muitas vezes até mesmo a organizações terroristas. O fato de essas armas já terem chegado ao Brasil demonstra que a corrupção ucraniana é realmente extensa e que os pacotes de ajuda militar ocidentais representam um perigo para todos os países.

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Brics, moeda digital e um caminhão de problemas

A discussão sobre moedas digitais ganhou força globalmente, e o Brasil, como membro ativo dos BRICS (grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), está no centro desse debate. A proposta de uma moeda digital comum ou a adoção de moedas digitais nacionais pode trazer transformações significativas para a economia brasileira e suas relações com os Estados Unidos. No entanto, essa transição também pode gerar uma série de problemas, tanto para o país quanto para seus cidadãos. Este artigo explora os desafios e riscos associados à adoção de moedas digitais no contexto da parceria do Brasil com os BRICS e os possíveis impactos para a população brasileira.

05.03.2025 - Rede Global de Comunicação Conhecimento é Poder

1. Tensões Geopolíticas com os Estados Unidos

A criação de uma moeda digital comum pelos BRICS ou a adoção de moedas digitais nacionais alinhadas aos interesses do grupo pode intensificar as tensões geopolíticas com os Estados Unidos. O dólar americano é a moeda dominante no sistema financeiro global, e qualquer movimento que ameace essa hegemonia pode gerar retaliações.

  • Risco: Os Estados Unidos podem impor sanções econômicas ou políticas ao Brasil e outros membros dos BRICS, afetando o comércio internacional e o acesso a mercados globais.

  • Exemplo: A China já enfrenta sanções dos EUA por suas políticas econômicas e tecnológicas. O Brasil pode ser alvo de medidas semelhantes se for visto como um aliado próximo dos BRICS em iniciativas que desafiem o dólar.

2. Dependência Tecnológica e Vulnerabilidades

A implementação de moedas digitais exigirá uma infraestrutura tecnológica robusta. No caso de uma moeda digital comum dos BRICS, o Brasil pode se tornar dependente da tecnologia desenvolvida por outros membros do grupo, como a China, que já está avançada no desenvolvimento do yuan digital.

  • Risco: A dependência tecnológica pode expor o Brasil a vulnerabilidades cibernéticas e a possíveis interferências políticas ou econômicas por parte de outros países.

  • Exemplo: Um ataque cibernético à infraestrutura de uma moeda digital comum poderia paralisar o sistema financeiro brasileiro, causando caos econômico.

3. Impacto na Soberania Monetária

A adoção de uma moeda digital comum ou a integração com sistemas monetários digitais dos BRICS pode limitar a capacidade do Banco Central do Brasil de conduzir políticas monetárias independentes.

  • Risco: O Brasil pode perder controle sobre taxas de juros, emissão de moeda e outras ferramentas essenciais para gerenciar crises econômicas.

  • Exemplo: Durante a pandemia de COVID-19, o Banco Central do Brasil cortou taxas de juros para estimular a economia. Em um sistema monetário integrado, essa autonomia poderia ser comprometida.

4. Exclusão Financeira e Desigualdades Sociais

A transição para moedas digitais pode excluir parte da população brasileira que não tem acesso à tecnologia necessária, como smartphones ou internet de qualidade. Isso pode aprofundar as desigualdades sociais no país.

  • Risco: Milhões de brasileiros, especialmente em áreas rurais e periferias urbanas, podem ficar marginalizados em um sistema financeiro totalmente digital.

  • Dado: Segundo o IBGE, cerca de 20% da população brasileira ainda não tem acesso à internet.

5. Riscos à Privacidade dos Cidadãos

Moedas digitais, especialmente as emitidas por bancos centrais, permitem o rastreamento completo das transações financeiras. Isso pode levar à perda de privacidade e ao aumento da vigilância governamental.

  • Risco: Governos ou instituições financeiras podem usar dados das transações para monitorar e controlar o comportamento dos cidadãos.

  • Exemplo: Na China, o yuan digital está integrado ao sistema de crédito social, que monitora e pontua o comportamento dos cidadãos.

6. Volatilidade e Instabilidade Financeira

Se o Brasil adotar uma moeda digital comum dos BRICS ou se alinhar a sistemas monetários digitais do grupo, a economia brasileira pode ficar exposta à volatilidade e instabilidade financeira de outros membros.

  • Risco: Crises econômicas em outros países dos BRICS, como a Rússia ou a África do Sul, podem afetar diretamente a economia brasileira.

  • Exemplo: A desvalorização do rublo russo ou do rand sul-africano poderia impactar negativamente uma moeda digital comum, afetando o poder de compra dos brasileiros.